quinta-feira, 11 de junho de 2009

Paciente #47... O torso de Medusa...

Foi muito provavelmente a figura mais problemática que nos apareceu e que mais cuidado tivemos em recuperar. Esta estátua da Medusa, chegou às urgências num estado lastimável e, sendo uma estátua de uma beleza fora do comum, iniciamos as diversas intervenções com o maior dos cuidados e atenção ao detalhe.
Depois de termos feito a triagem e chegado à conclusão que o assunto era realmente grave, resolvemos avançar com muita cautela não fossem existir estragos na estrutura do torso da figura que pudesse ainda causar mais dificuldades.

A prioridade foi devover o torso ao lugar para depois podermos cuidar do braço.
Feitas as reparações principais e com a figura una, mais uma vez foi um verdadeiro desafio encontrar o tom certo das tintas para podermos reparar tudo da melhor maneira.

No final e depois de quase duas semanas em recuperação, Medusa é uma estátua espectacular e una, apenas com ligeiras cicatrizes do acidente que teve na sua viagem dos Estados Unidos para Portugual, sendo este tipo de acidentes um problema comum entre os nossos pacientes.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Paciente #46...o braço do soldado...

Outra figura de chumbo.
Outro problema.
Desta vez ao "pegar na figura, o braço caiu..."disse-nos o nosso cliente.
Nada de mais comum em figura que são feitas de várias peças, como é este caso.
Foi outra intervenção simples que deixou o soldado como novo.
Mais cuidado da proxima vez e não exercer pressão em peças que certamente não fazem parte do corpo principal da figura.

Paciente #45...a lança do guerreiro...

Figuras de chumbo são sempre frágeis e por mais cuidado que tenhamos existe sempre o risco de, por mau manuseamento, durante as limpezas ou até por puro azar, se partir alguns dos delicados acessórios ou partes da peça.

O que aconteceu com este guerreiro foi isso mesmo.
Chegou-nos com a lança fora do local que felizmente não estava partida.


Não foi uma situação de risco, embora bastante delicada como acontece sempre com estas peças, mas lá se resolveu o problema sem danos de maior.
Totalmente recuperada já faz furor entre as outras peças da colecção.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Uma passagem pela revista “Nós”

Foi no fim-de-semana passado que saiu o primeiro número da revista Nós, suplemento de sábado do novo jornal “I”. Os que estiveram atentos às reportagens no seu interior poderão ter reparado num artigo intitulado Histórias de camisola vestida, onde apareço numa foto colorida, rodeado de por alguns dos meus tesouros, que são montra do meu blogue dedicado às figuras da minha colecção privada, que poderá ser visto em www.btoys.blogspot.com
Foi a convite da jornalista Maria Ramos Silva que aceitei responder à curiosa questão que me colocou em relação às figuras que colecciono e que conserto no meu Action Figure Hospital, juntamente com a minha equipa de entusiastas, que incluem os meus cunhados e a minha digníssima e talentosa esposa.
O artigo é curto e para aqueles que perderam a revista irei transcrevê-lo aqui na íntegra.
Agradeço aqui pessoalmente à Maria e ao fotógrafo Augusto Brázio a oportunidade que nos deram de revelar ao país a existência do Action Figure Hospital e da vontade que temos em coleccionar estes artigos a que quase ninguém liga ou que marca imediatamente como “coisas para putos”.

E se a cabeça cai? Ou se as pernas se partem? Os bonecos reclamam SOS como as pessoas. Adoecem sem queixumes. Gemem em silêncio, à espera que mãos hábeis inventem curativo. Nuno Mata, 33 anos, Licenciado em Design de Interiores, é pintor e colador no seu hospital para figuras de acção, uma daquelas paixões imberbes que só conhecem dois destinos. Ou definham com o tempo ou são promovidas a mania. A segunda vingou de tal maneira que não viu apenas nascer um banco de urgência para pacientes de plástico. Ganhou consentimento para devorar as assoalhadas. “Começa a faltar espaço. Está tudo guardado em casa.” Na dele. E na dos pais. Entre vitrinas e caixas, algumas já “mesmo atrofiadas”. Mas a legião de bonecos respira saúde entre os dedos de um dono exemplar. Americanos, miniaturas da Disney, bonecos promocionais dos Olá, exemplares em PVC, a menina dos olhos do espólio pessoal. Têm igual residência online em http//www.actionfigurehospital.blogspot.com/,blogue que Nuno mantém com a restante equipa de enfermeiros: Ana Alves, Tiago Alves e Inês Anfilóquio. São mais de 300 artigos postados, cada qual abarcando grandes colecções. O balanço total acusa uns “2000 artigos, aproximadamente”. Somam-se mais 4000 exemplares de BD, outra febre que não conhece antipirético.
Nuno colecciona bonecos desde os 5 anos, segundo uma fórmula simples: “Quando se é miúdo compra-se umas coisas e brinca-se com elas.” Também ajuda, e como, ter boas fontes na família. “A minha avó trabalhava na Disvenda, em Odivelas, e trazia-me mãos cheias de bonecos tradicionais.”Depois, há sempre “aquele teseouro extraordinário”. Como uma figura do Tintin de 1948. Ou uma estátua do Homem-Aranha dentro de casa.
Entraram em casa para ficar porque nunca se sabe quando voltaram a cair no goto, mesmo quando o encanto parece esgotado. “Não consigo desfazer-me da minha colecção. Só se tiver repetidos. Tenho figuras de que já não gosto mas posso voltar a gostar delas. Prefiro conservá-las como memória histórica pessoal.”

In revista Nós por Maria Ramos Silva e fotos de Augusto Brázio.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Paciente # 44...A Capa de Batman...

Já demos a entender várias vezes que ter figuras ou estátuas com detalhes delicados por vezes sai muito caro se não temos cuidado com as mesmas.
O acidente com este Batman não foi o pior que por aqui apareceu mas é um bom exemplo disso.


Supostamente a figura, que fica suspensa pela capa, sofreu uma queda e a mesma partiu-se, ficando totalmente desfigurada.
O problema passava por remendar a capa nas costas e dar-lhe a solidez suficiente para poder suportar o corpo suspenso do super herói.

Verificámos ainda que uma das pontas da capa tinha-se partido e sofrido uma horrível tentativa de recuperação que a deixou por demais desfigurada. Não sabemos ao certo o que aconteceu mas acabamos apenas por colar e pintar a pequena peça para não fazer mais mal do que o que estava já feito.

O resultado foi que o Batman está perfeitamente recuperado e pintado, notando-se apenas um defeito na peça da capa que já tinha sofrido a suposta tentativa de colagem.

* Algumas fotos encontram-se desfocadas devido a problemas técnicos que enfrentamos na sessão fotográfica do paciente. Pedimos desculpas pelo incómodo.

domingo, 12 de abril de 2009

Pacinete #43…O explorador Maneta…

Novamente um Kubrick que nos chega com um problema semelhante ao anterior.
Este explorador do filme Alien teve um problema com o braço que se partiu. Poderíamos dizer que foi por causa dos ditos Aliens, mas não foi o caso.


Como explicado com o paciente anterior, estas figuras têm pontos de articulação muito difíceis e delicados e se por ventura se partem são quase impossíveis de recuperar.

Neste caso tomamos mais cuidado com o tipo de adesivo mas aqui o problema foi outro. Acontece que o material é completamente diferente do paciente anterior e como devem ter reparado nas fotos, a esfera de articulação ficou dentro do orifício do braço. Claro que a nossa primeira preocupação foi retirar a dita esfera para a reconstituir no perno da articulação, mas descobrimos que o material de que é feita é demasiado mole o que faria com que a esfera se desfizesse ao tentar retirá-la.


Sendo assim optamos pela colagem directa ao perno existente inutilizando assim o braço da figura.
Podemos no entanto afirmar que a figura se encontra recuperada, mas nunca será possível mover aquele braço.

Paciente #42…o braço da OCP…

Coleccionar figuras pequenas do tipo Lego é sempre algo inglório. Volta e meia as minúsculas peças desaparecem, caem para um qualquer local inacessível ou então partem-se se uma maneira que parece sem solução possível.


Foi o caso deste polícia da OCP. É uma figura Kubrick, e como todos os Kubricks têm articulações muito frágeis e delicadas. Neste caso em particular, o encaixe do braço estilhaçou, por causa de um qualquer esforço e deixou de se poder prender com segurança à esfera que lhe permitia o funcionamento.
Não foi um grande desafio para nós até aplicarmos a cola. Acontece que o tipo de adesivo líquido usado acabou por fazer bem e mal ao encaixe do braço.
Por um lado fez com que o plástico se fundisse e que as diferentes peças partidas ficassem solidamente coladas, mas por outro lado o plástico “babou” para o exterior deixando-nos surpreendidos com a reacção do material ao adesivo.


No final ficou a notar-se o local onde as peças foram aplicadas, mas o braço da figura recuperou a total mobilidade o que nestas figuras em particular costuma ser praticamente impossível.

Agradecemos mais uma vez ao Pedro pela confiança nos nossos serviços.